sexta-feira, 12 de outubro de 2007

Dia das Crianças

"Eu gostava de criança quando eu era uma". Nunca esqueci dessa frase. Ela é dita em um filme brasileiro chamado "Domésticas". No filme a personagem que reproduz essa frase é uma moça bastante desastrada, que durante uma entrevista dá essa resposta quando a futura patroa pergunta se ela tem alguma afinidade com crianças. Na cena, isso é dito de forma bastante inocente, não deixando de retratar a nossa realidade.

Muitas pessoas ainda encaram como natural a ordem "casar e ter filhos", porém, a realidade que vivemos nos mostrou que é bem mais provável termos filhos antes mesmo de casar. Muitas vezes me questiono se as pessoas se perguntam se elas tem realmente vocação para serem pais ou mães, porque essa é uma tarefa que requer, sim, muita vocação! Temos uma carga horário de trabalho massacrante, que mal nos permite ter contato com nós mesmo.

Uma vez perguntei a uma colega de trabalho, mãe de duas garotinhas, como ela aguentava trabalhar oito horas e ainda dar a atenção devida as filhas quando chegava em casa. A minha curiosidade surgiu da minha própria experiência: tenho 22 anos, meu estagio é meio período, sendo que o outro meio período é ocupado com a faculdade, quando chego em casa não tenho que me preocupar em lavar pratos, arrumar a casa ou dar a tenção a quem ainda é dependente de mim, mas mesmo assim não consigo manter uma conversa com meu irmão. Ela me disse que realmente é muito difícil conciliar tudo, que muitas vezes não tem paciência de brincar com as filhas e quando brinca faz de uma forma um tanto quanto displicente, que não se maldiz por ter casado e ter sido mãe tão nova, porque no final das contas, as suas filhas eram motivo de muitas alegrias.

Acho que é por isso que as crianças tem um dia somente para elas. Prefiro acreditar que os motivos são esses e não que é por conta do grande poder de consumo que as crianças tem, mesmo sendo dependentes economicamente. Afinal de contas, as vezes é preciso um pouco de ingenuidade para manter a esperança acesa nessa selva de pedra que vivemos. Eu gostaria que as crianças fossem igualmente amadas por todas as classes sociais, que o amor por elas fosse uma questão natural e não econômica. Que todas fossem crianças e adultas no tempo certo. Que o tempo delas fosse respeitado. Mas eu sei que isso não é tarefa fácil. Criança quando não é respeitada sofrem uma forte transformação: são fofinhas pequenininhas, o problema vem quando elas crescem...

segunda-feira, 8 de outubro de 2007

Nascimento e Batismo

Eu sempre fui leitora assídua do antigo blog do Renato, nesse período eu também mantinha um fotolog. Com o tempo eu desanimei em atualizar o fotolog e posteriormente, o blog do Renato também foi desativado. Então, sugeri a ele que fizéssemos algo em conjunto, porque apesar de achar que não escrevíamos da mesma forma - eu acho que ninguém escreve mesmo - nós acabávamos falando a mesma coisa. Palavras sempre vindas de dentro para fora. O Renato aceitou a idéia e não quis algo fechado, com regras. Afinal de contas, esse é o nosso momento de desamarrar as correntes, é saber que vou sair, sem planejar aonde quero chegar.

Para esse blog estar aqui foi preciso um momento de angústia, porque após o "acordo" estabelecido, veio a pergunta: "Que nome vamos dar"? É, porque ele precisa de algum nome, algo que lhe permita uma identidade própria, mas que implicitamente também traga o DNA dos pais... E aqui está ele o "CUMPRA-SE", imperativo na sua existência e subordinado na sua significância.

Aviso que esse blog não tem a pretensão de agradar a ninguém já que, poderá acontecer que as minhas palavras não agradem nem a mim mesma. Mas mesmo assim, eu coloco para fora o que sei e o que não sei, pois a peça que não se encaixe em mim poderá encaixar em você, caro leitor.