Hoje eu fui convidada por uma amiga para ir a um debate com Mv Bill. O debate era sobre a relação das mulheres com o tráfico, direta ou indiretamente. Bill está lançando seu terceiro livro com o mesmo tema. Para a divulgação, escolheu um caminho diferente, além dos debates costumeiros, acrescentou visitas a presídios femininos.
A amiga em questão, foi minha colega de estágio na Febem, sendo ela estudante de serviço social. Segundo ela, quando ouviu falar que o Bill ia estar aqui em Fortaleza para debater sobre o tema, logo lhe veio a minha imagem na cabeça.
É, eu sou fã do Bill. Corrijo! Eu sou uma admiradora do Bill! Pra mim ele consegue ultrapassar as barreiras das favelas. É um dos poucos rappers brasileiros que tem a articulação suficiente para transitar entre morro, asfalto, universidades, políticos e policiais. O cara propõe debates e mudanças com os pés no chão e de olho na realidade. Como ele mesmo disse hoje, ele tem uma postura diferente da maioria dos integrantes do movimento hip-hop: além de questionar, ele permite ser questionado.
Hoje eu me senti muito bem. Trocaria 30 forró no sítio, para escutar o Bill por algumas horas. Da mesma maneira que, alguns gigas do meu mp3 estão sempre reservados para o Mano Brown e companhia... É eu me identifico com o rap e eis o porquê:
"É! Mantenho minha cabeça em pé! Fale o que quiser pode vir que já é! Junto com a ralé, sem dar marcha ré ! Só Deus pode me julgar, por isso eu vou na fé !" (Só Deus Pode Me Julgar - MV Bill)