terça-feira, 22 de abril de 2008

O coqueiro

De longe se vê o magricela
Saci com a canela mergulhada n'água do verão
Cabeleira verde que o vento perturba e acalma – sempre nessa ordem
Sempre volta a ser estrela

Sol

e

Sal

e

Sol

e

Sal


A sua solidez é fundamentada na solidão
Um contar de dias sem fim
Gravetos que nunca virarão pipas
Carne que não dará beijinhos

Só por se opor à sua natureza de coqueiro.

Fortaleza, 21 de abril de 2008

3 comentários:

Karila disse...

QUE IRADO!!

Viajei agora...
...vizualização total da cena...

Lembrei-me do grande mestre Paulo Leminsk

Renato disse...

Vou ler Paulo Leminsk.
Ele deve ser gente boa.
:)

Mário Aragão disse...

Acho que a Karila disse tudo: ... vizualização total da cena...

Ô féla-da-gaita pra me dar orgulho!