terça-feira, 15 de dezembro de 2009

Um espaço para chamar de meu

Vou marcar um xis no chão
e vou ficar lá.
Vou marcar um xis no chão
e vou ter o meu lugar.
Mesmo que o terreno não seja meu.
O xis vai ser.
Quem festeja o marco do homem na Lua,
não sabe o que é a ausência da gravidade.
Flutuar e não ter onde fincar os pés.
Quem festeja uma bandeira no nada,
não sabe o que é o espaço e o vazio.
Já eu, não preciso ser astronauta para saber o que é isso.
Eu já tenho meu campo gravitacional e opaco
dentro e fora de mim.
Por isso, vou marcar meu xis no chão.
Vou marcar meu xis
em um pequeno espaço da Litosfera.
Somente assim poderei dar um destino certo
a uma parte de mim.
As lágrimas que encontrarão o chão.
Um lugar para chamar de meu.

segunda-feira, 14 de dezembro de 2009

Eu trocaria

Eu trocaria o conforto
para estar ao seu lado.
Mas as correntes
que me aprisionam e oprimem
dificultam o meu acesso a você.

Com uma guerra (sur)real
nos deparamos todos os dias.
Quanto mais corremos,
mais distantes ficamos
de alcançar a bandeira.
A minha é amarela.
A sua, vermelha.

Em meio as ruínas
as pessoas se agregam.
Arricando-se. Coragem amarga.
Eu queria construir com você.
E o que nos separa não é a distância.
São as pessoas.

Apesar da sua confiança
e entrega a Deus,
eu não consigo visualizar o fim.
Só torço para que ele chegue
quando eu estiver preparada.

Eu trocaria a dúvida pela certeza.
Talvez o fim seja a eternidade.
Ou não.