I
Narciso sente inveja.
Os girassóis a seguem.
Eu suspiro.
Se soubesse amar, amaria.
Mas eu suspiro.
II
O tempo é uma barra de ferro
Quando ela retorna à sua vida:
Duro, pesado e frio.
E interminável.
Eu dou liberdade -
Mas ela quer segurança -
E um abraço.
O tempo é uma barra de ferro
Quando ela retorna à sua vida:
Duro, pesado e frio.
E interminável.
Eu dou liberdade -
Mas ela quer segurança -
E um abraço.
III
Será que um dia vou beijá-la de verdade?
Confesso que tudo aquilo foi combinado;
Ator e atriz.
Uma farsa.
Tudo é uma questão de química.
Tudo é friamente calculado.
E tudo se transforma.
IV
Procuro descobrir os seus defeitos,
Um motivo para esquecê-la.
Mas ela não tem.
Um pouco de veneno às vezes é remédio.
Segurar o fio ou -
Fazer o que eu fiz sempre tão bem -
Abandonar o jogo.
Procuro descobrir os seus defeitos,
Um motivo para esquecê-la.
Mas ela não tem.
Um pouco de veneno às vezes é remédio.
Segurar o fio ou -
Fazer o que eu fiz sempre tão bem -
Abandonar o jogo.
V
Se soubesse amar a Maria,
Tudo mudaria sem demora.
Tornar-se-ia vendaval o que era calmaria.
Mas gato escaldado tem medo até de água morna.
Por ela, renunciaria o que me resta.
Segurar o jogo
E abandonar o frio.
4 comentários:
Cabra véi apaixonado!
Caralho!
"Segurar o fio ou -
Fazer o que eu fiz sempre tão bem -
Abandonar o jogo."
Felizarda é a Maria, porque como as outras é uma mortal, com seus medos, seus defeitos, suas humanidades e ainda sim, consegue brilhar aos olhos de alguém. De pobre essa mortal não tem nada, porque ela plantou a semente pra germinar esses lindos versos. Pela primeira vez as congratulações não são para o autor.
São para MARIA.
Palavras perfeitas!
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