domingo, 18 de novembro de 2007

JOGOS MORTAIS IV

"Eu não posso lhe dar tempo. Ninguém pode. Tempo é uma ilusão." (trecho do filme)

Hoje eu fui assistir "Jogos Mortais IV" e cada vez mais admiro a mente por trás da série. Na minha humilde opinião esse é um dos mais inteligentes filmes já produzidos. Primeiro, pelo texto, pela filosofia, pela simplicidade que ainda assim tem um excelente rendimento. As continuações não deixam cair a peteca, mantêm a mesma linha do antecessor, deixando um sensação de superação na hora que os créditos aparecem.

Se não fossem pelas cenas brutais, que conferem ao filme a classificação de terror/suspense, eu diria que ele seria um filme poético. Talvez seja essa função daquelas cenas tão impactantes, de não deixar que os telespectadores subestimem a beleza do filme com ufanismos e utopias, característicos, muitas vezes, da poesia e do romance.

O filme é visceral, agressivo, recomendável apenas para quem tem estômago forte. Para quem realmente está vivo, inserido no mundo. Para quem não fecha os olhos com a facilidade e que pelo contrário, está afim de ver mesmo, de aprender, de sentir. Não existe mais um fronteira bem definida separando o bem do mal. Cada um de nós carrega em si, a cada segundo, essa dualidade.

A morbidez do filme se torna irônica ao nos mostrar que por muitas vezes, desistimos da vida e ansiamos por uma morte supostamente libertadora, mas quando realmente nos deparamos com o que se deseja, percebe-se que uma vida repleta de lacunas e que somos responsáveis por esse vazio. Tentamos desesperadamente ter mais uma chance. Só que por muitas vezes já se é tarde demais.

2 comentários:

Renato disse...

Eu não iria assistir ao filme. Agora você me obrigou a assistir. Num faz o meu estilo mas quero conferir a beleza revelada.

Bjo

Karila disse...

é rê, pra quem não gosta do gênero é meio difícil assistir... Mas eu fãzoca de Jogos Mortais, tem dias que eu fico imaginando que devido a minha inércia eu seria uma vítima em potencial do Jigsaw!